"Há quem deseje o seu mal.
Há quem deseje o seu bem.
Cerque-se daqueles que desejam o seu bem".
Ouvi a frase por acaso no último domingo num programa de televisão. Me chamou a atenção a afirmação, mas principalmente a parte "cerque-se daqueles que desejam o seu bem". A gente sempre quer estar cercada pela família e amigos, ou seja aqueles que nos amam e aqueles que desejam nosso bem.
Mas como saber que aquele amigo ali do lado é realmente seu amigo?
Como ter certeza que aquela pessoa deseja mesmo nosso bem?
A reciprocidade em uma amizade não deveria ser absoluta?
Quando eu compartilho da minha vida com um amigo eu espero sua fidelidade.
Mas o que acontece quando você abre a porta da sua casa, do seu coração e em troca você descobre que aquela pessoa amiga e confidente jogou suas palavras ao vento, não foi fiel e ainda distorceu fatos e acontecimentos?
O que você faz quando descobre que a mesma mão que te auxiliou é responsável por uma traição dolorida, redemoinho de mentiras e falsidade?
Que tipo de amigo é este que frequenta a tua casa e fala mal de você pelas costas?
Que se vitimiza perante às pessoas para camuflar o seu desvio de caráter?
Que se aproveita do relacionamento para contaminar outras pessoas, algumas delas amigos em comum?
Amiga?
Que tipo de amiga é esta?
Amigo então é aquele que te estende a mão e te apunhala pelas costas ao mesmo tempo?
Por causa dela lembro de um trecho de No caminho com Maiakóvski:
"..Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim..na segunda noite já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão..até que um dia o mais frágil deles entra em nossa casa, rouba-nos a luz e arranca-nos a voz da garganta..."
Amiga?
Amiga??
Amiga???
Algoz!!!
Um algoz que teve a abertura que precisou enquanto vestia sua segunda pele.
Ela tentou, mas não tirou minha voz!
Me machucou?
Sim me machucou...
Mas eu estou de pé!
E meu jardim está mais florido e colorido do que nunca.